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quarta-feira, 31 de agosto de 2022
quinta-feira, 25 de agosto de 2022
quarta-feira, 24 de agosto de 2022
segunda-feira, 22 de agosto de 2022
quinta-feira, 11 de agosto de 2022
quarta-feira, 3 de agosto de 2022
segunda-feira, 1 de agosto de 2022
domingo, 5 de junho de 2022
Você pratica o uso racional de medicamentos?
Se você pratica a automedicação, se já aproveitou a medicação de outra pessoa para aliviar os seus sintomas ou tem o hábito de manter uma “farmacinha caseira”, fique atento para o uso racional de medicamentos.
A maneira correta de administrar a medicação é seguir a dosagem e o período indicados pelo médico. Suspender a medicação precocemente ao aliviar os sintomas, não é uma prática apropriada. Da mesma forma, utilizar uma medicação prescrita anteriormente, mesmo que os sintomas sejam os mesmos, não é o ideal. Indicar medicação para outras pessoas, além de não recomendado, é perigoso.
Os remédios são a principal causa de intoxicação no Brasil, sendo a ingestão sem orientação médica o principal motivo. Segundo o Ministério da Saúde, o uso irracional ou inadequado de medicamentos é um dos maiores problemas em nível mundial. A Organização Mundial da Saúde estima que mais da metade de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada, e que metade de todos os pacientes não os utiliza corretamente.
A medicação é utilizada para tratar um mal estar, uma enfermidade, e, para tanto, a disciplina do usuário é fundamental para o sucesso do tratamento.
Seguem algumas dicas para o uso racional de medicamentos:
Tome ou aplique o medicamento exatamente como foi prescrito;
Não tome medicamentos prescritos para outra pessoa;
Não esmague, mastigue ou quebre medicamentos, exceto por recomendação médica;
Não se automedique;
Guarde os medicamentos em um local seguro, fora do alcance das crianças;
Mantenha o medicamento na sua embalagem original;
Nunca utilize medicamentos com prazo de validade vencido;
Descarte os medicamentos corretamente ao finalizar o tratamento.
Além de utilizar a medicação corretamente, descartá-la adequadamente é igualmente importante. Sobras de medicamentos, frascos e medicação vencida devem ser descartados em locais apropriados, evitando o mau uso e contaminação ambiental.
SUGESTÃO: NÃO TOME REMEDIO SEM ORDENS MÉDICAS E FAÇA MAIS EXERCICIOS.
sexta-feira, 27 de maio de 2022
terça-feira, 17 de maio de 2022
IPCA 2022
IPCA: inflação fica em 1,06% em abril e atinge 12,13% em 12 meses
Foi a maior variação para um mês de abril desde 1996. Inflação fica mais esparramada e afeta 8 em cada 10 itens pesquisados pelo IBGE.
Por Darlan Alvarenga e Daniel Silveira, g1
11/05/2022 09h00 Atualizado há 5 dias
Puxado pela alta dos preços dos combustíveis, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 1,06% em abril, após alta de 1,62% em março, segundo divulgou nesta quarta-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi a maior variação para um mês de abril desde 1996 (1,26%). Ou seja, em 26 anos.
No ano de 2022, o IPCA acumula alta de 4,29%.
Apesar de ter desacelerado frente ao resultado de março, a inflação saltou para 12,13% no acumulado em 12 meses, acima dos 11,30% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Trata-se da maior inflação para o período de 1 ano desde outubro de 2003 (13,98%).
A inflação veio um pouco acima do esperado. A mediana das 39 projeções colhidas pelo Valor Data era de taxa de 1% em abril e de 12,06% em 12 meses.
Com o resultado de abril, já são 8 meses seguidos com a inflação rodando acima dos dois dígitos, o que reforça as apostas de nova elevação da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 12,75% ao ano.
Petrobras anuncia aumento de 8,8% no preço do diesel para distribuidoras
Preço da gasolina sobe pela 4ª semana seguida e marca novo recorde
Brasil é um caso raro de país com taxas de dois dígitos de inflação, juros e desemprego
Desaceleração generalizada
Dentre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, apenas o de Habitação registrou deflação em abril. Pressionado pela queda no custo da energia elétrica no país, este grupo registrou queda de 1,14% em abril, depois de ter sofrido uma alta de 1,15% em março.
Outros cinco grupos registraram desaceleração da inflação, ou seja, mantiveram alta dos preços, mas em intensidade menor que a observada no mês anterior. O grupo de transportes foi o segundo com recuo mais intenso, passando de 3,02% em março para 1,91% em abril.
Na contramão, o indicador mais que dobrou na passagem de março para abril nos grupos de artigos de residência (de 0,57% para 1,53%), saúde e cuidados pessoais (de 0,88% para 1,77%) e comunicação (de -0,05% para 0,08%).
Segundo o IBGE, o grupo de artigos de residência foi pressionado, principalmente, pela alta de 2,25% de eletrodomésticos e equipamentos. Já o de saúde e cuidados pessoais foi impactado pela alta de 6,13% de produtos farmacêuticos, enquanto o de comunicação sofreu pressão do aumento médio de 0,41% dos aparelhos telefônicos.
domingo, 15 de maio de 2022
Quem é o dono do autódromo Velo Città? - Negocio = prazer. Eduardo Souza Ramos
Quem é o proprietário do autódromo Velocità?
Eduardo Souza Ramos
Mas não foi isso que fez Eduardo Souza Ramos, um empresário apaixonado por carros e por corridas, que no espaço onde a vegetação reinava como em qualquer outra fazenda do interior de São Paulo, ele construiu, entre Mogi Mirim e Mogi Guaçu, aquele que é um dos mais modernos e fantásticos autódromos brasileiros.
Quanto custa a construção de um autódromo?
Custo do terreno: $ 1,29 milhão. Custo de construção (por exemplo, paisagismo, escoamento de cascalho, paredes de pneus, nivelamento, curvas de inclinação, acréscimo de colinas, etc.): $ 2,4 milhões.
O Autódromo Velo Città está localizado em uma propriedade particular no município de Mogi Guaçu, São Paulo, Brasil, a 180km da capital paulista. Em Junho de 2012 o local teve sua homologação assinada pela CBA. Depois, o projeto e as plantas foram remetidos à FIA. Wikipédia
Endereço: Rodovia SP 342, Km 187, S/n - Nova Louza, Mogi Guaçu - SP, 13840-970
Telefone: (19) 99881-3514
Abertura: 16 de junho de 2012
Coordenadas: Coordenadas: 22° 17' 22" S 46° 50' 52" O22° 17' 22" S 46° 50' 52" O
Curvas: 13
Eventos principais: Stock Car Brasil; (2017–presente)
Licença FIA: Grau 3
Localização: Mogi Guaçu, São Paulo, Brasil
sábado, 14 de maio de 2022
Terreno em condomínio fechado: vale a pena investir?
Comprar no inicio da maior ganho?
Às vezes, surge uma oportunidade de encontrar um bom terreno que está sendo ofertado por uma equipe construtora. Nesse caso, fica o questionamento quanto ao local: será que vale a pena investir em um terreno em um condomínio fechado.
O investimento em terreno em condomínio fechado
Sabemos que adquirir um terreno sempre foi – e continua sendo – um ótimo investimento. Porque, diferente dos automóveis, por exemplo, os imóveis contam com uma valorização financeira que está em constante crescimento.
Então, a grande dúvida surge quando não sabemos qual seria o melhor tipo de investimento para um terreno. É melhor investir em um terreno em condomínio fechado ou optar por um em um bairro aberto?
É indiscutível o fato de que um ambiente fechado oferece uma maior qualidade de vida em relação ao ambiente aberto, pois existem fatores que agregam bastante na hora da escolha, como é o caso da segurança. Um condomínio fechado, além do benefício da segurança, ainda oferece privacidade, lazer entre outros que vamos discutir mais adiante.
Existem algumas vantagens que vão ajudá-lo a tomar a melhor decisão sobre o possível investimento. Acompanhe e tire as suas próprias conclusões!
Valorização
Você provavelmente já ouviu falar que os terrenos são bens valorizáveis, não é mesmo? Isso significa que a partir do momento que o comprador investe em um terreno, o valor do bem aumentará cada vez mais.
Agora, pense só em um terreno, que já é um bem valorizável, construído em um condomínio. A tendência é que o terreno em condomínio fechado, comparado a um terreno em um bairro aberto, valorize muito mais, devido às inúmeras vantagens que um condomínio oferece.
Além disso, os condomínios fechados costumam estar localizados em áreas valorizadas. Por exemplo, é comum vermos condomínios em regiões que estão em expansão e têm forte potencial para valorizarem cada vez mais.
Segurança
Infelizmente a nossa sociedade está mais violenta a cada dia que passa, não é verdade? Por isso, as pessoas procuram por mais segurança em diversos aspectos das suas vidas, inclusive em seu lar.
Visto isso, diferente dos terrenos em locais abertos, um terreno em um condomínio fechado é bem mais seguro por alguns motivos, como:
É todo murado e possui sistema de cerca elétrica eficiente;
Tem vigilância 24 horas por dia (realizada por monitoramento de câmeras e por profissionais vigilantes);
É necessário identificar quem entra e quem sai do condomínio.
Então, pense bem antes de fazer o seu investimento. Optar pela segurança, hoje em dia, é indispensável!
Infraestrutura e Lazer
A fim de oferecer um diferencial aos seus moradores, os condomínios fechados apresentam infraestruturas adequadas para você e sua família terem qualidade de vida. Assim, os condomínios oferecem áreas de lazer, de convivência e muito mais.
É comum encontrarmos nos condomínios áreas com piscinas, quadras poliesportivas, academia etc. Entretanto, alguns tipos de condomínio oferecem muito mais, proporcionando uma experiência inigualável aos seus moradores.
O Setlife Residence Club, por exemplo, te dá 21 razões para você viver bem. Vou dar um pequeno spoiler do que você pode encontrar por lá:
Academia;
Espaço Gourmet;
Piscina;
Pista de Skate;
Pista de caminhada;
Salão de festas.
Preço
Na hora da aquisição de um terreno em condomínio fechado, é muito importante levar em conta todos os benefícios obtidos, afinal o custo-benefício costuma ser muito maior que o de um terreno em um bairro aberto.
Mas, também não generalize! Estude bastante o lugar onde está pensando em morar. Algumas vezes, um terreno em um lugar aberto pode ser até mais caro, dependendo da localidade.
Regras
Como se trata de uma comunidade onde irão residir várias pessoas, existem regras para que haja uma boa convivência entre elas. Isso é o que torna a convivência mais agradável e respeitável, onde todos sabem o que podem e o que não podem fazer.
Ao ingressar no imóvel, você viverá com outras pessoas, em casas que ficam muito próximas a sua e que, muitas vezes, não têm muros físicos. Em virtude disso, é necessário que sejam seguidas as regras e comportamentos estipulados para preservar o ótimo relacionamento entre os vizinhos.
Normalmente, para definição dessas regras de convivência, são elaboradas convenções ou reuniões com os moradores. Lembre-se que é importante ter voz dentro dessa comunidade, afinal você faz parte dela. Mas, para isso, é necessário estar presente nas reuniões e assembleias.
Existem diversas vantagens ao adquirir um terreno em um condomínio fechado. Aqui, nós citamos apenas as principais.
Comente se tiver duvidas ou me chame, HAMILTON BISCALQUINI - CRECISP 208568F
terça-feira, 10 de maio de 2022
segunda-feira, 9 de maio de 2022
quarta-feira, 4 de maio de 2022
Sistema Clube de comunicação de Ribeirão Preto - FONTE :https://www.blogger.com/blog/post/edit/8416755416602808782/3142504391447412330
O rádio do interior brasileiro começou em Ribeirão Preto1
Geraldo José Santiago2
UNAERP – Ribeirão Preto, SP.
A história do rádio de Ribeirão Preto confunde-se com a história do rádio brasileiro
e tem início na década de 20, quando a cidade experimentava uma onda desenvolvimentista,
propiciada pela exportação de café. Através dos jornais, os ribeirão-pretanos foram
informados sobre um novo veículo de comunicação que surgia nos Estados Unidos e na
Europa: o rádio. Isso aconteceu quando um grupo de cidadãos, que estudava e discutia a
telegrafia e radiotelegrafia, resolveu intensificar suas reuniões, dessa vez, para aprofundar
seus conhecimentos sobre a radiodifusão e fundar o Rádio Clube de Ribeirão Preto.
Formado por comerciantes, profissionais liberais e intelectuais, o Rádio Clube de
Ribeirão Preto tinha A.H.O. Roxo como presidente, José de Paiva Roxo, secretário e o
Dr. Álvaro Cayres Pinto no cargo de tesoureiro. A reuniões de diretoria aconteciam nas
residências dos integrantes.
Como os membros do Rádio Clube, o comerciante José Cláudio Louzada era
apaixonado pela radiodifusão e desde 1920 realizava experiências com transmissão de
sinais sonoros, destinando para tanto, parte do faturamento de sua loja. Louzada era
proprietário da Casa São Benedito, instalada na Rua General Osório (até hoje um das
principais ruas comerciais de Ribeirão Preto) e especializada em artigos de couro.
O comerciante viu no Rádio Clube a possibilidade de aprofundar suas pesquisas
com a radiodifusão sonora. Acrescenta o jornalista Wilson ROVERI (1986:73), que
Louzada “ouviu falar do Rádio Clube e procurou se aproximar de seus diretores”.
Com a experiência de Louzada, o Rádio Clube de Ribeirão Preto intensificou suas
experiências com a radiodifusão. Os membros do Clube experimentaram os aparelhos de
transmissão de rádio construídos artesanalmente por Louzada e decidiram apoiar suas
1
Trabalho enviado para o NP 06 – Núcleo de Rádio e Mídia Sonora, do XXVII Congresso Brasileiro de Ciências da
Comunicação.
2
Jornalista, Radialista, Produtor e Locutor Comercial, Mestre em Comunicação pela Faculdade de Arquitetura, Artes e
Comunicação da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" – UNESP, campus de Bauru. Professor de
Produção Publicitária em Rádio e Radiojornalismo da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP / Ribeirão Preto).
2
iniciativas de dotar o Clube de uma estação de rádio nos moldes das que conheciam através
das revistas européias e americanas que importavam.
Determinado a colocar no ar uma estação de rádio com melhor qualidade sonora e
maior potência, José Cláudio Louzada procurou em Franca (cidade distante 90 km de
Ribeirão Preto), o professor José da Silva Bueno, famoso em toda a região pelas pesquisas
que realizava com telegrafia, radiotelegrafia e radiodifusão sonora. Bueno era dentista,
lecionava eletricidade na Escola Profissional de Franca e tinha como parceiro de pesquisa o
professor de mecânica José Pires Monteiro. Louzada estabeleceu contato com Bueno e
obteve informações sobre um pequeno transmissor de rádio que ele havia montado. O
técnico Jacinto Rodrigues Silva3
confirma as experiências dos professores Bueno e
Monteiro no campo da radiodifusão sonora e a existência do esquema do transmissor de
rádio, desenvolvido através da observação de um transmissor adquirido na França pelo
médico francano Jonas Deocleciano Ribeiro. Jacinto revela que “o doutor Jonas vivia mais
na França do que no Brasil. Era época do café. Cada vez que ele ia à França ele trazia
aqueles malotes enorme... inclusive o transmissor”.
Ao final do encontro em Franca, Louzada e Bueno formalizaram um acordo, no
qual o professor Bueno compromete-se a construir um transmissor, idêntico ao que tinha
em seu laboratório, e montá-lo em Ribeirão Preto, para o Rádio Clube.
“O professor Bueno desenhou, construiu e montou o aparelho transmissor de rádio
em Ribeirão Preto, nos fundos da Casa São Beneditto, de propriedade de Louzada, onde já
funcionava uma oficina de rádio”, lembra Jacinto Rodrigues Silva.
Com o transmissor de Bueno instalado e transmitindo experimentalmente, a Casa
São Benedito, localizada na Rua General Osório, passou a ser o ponto de encontro dos
membros do Rádio Clube de Ribeirão Preto.
A partir de então, as relações entre o comerciante José Cláudio Louzada e o
professor José da Silva Bueno intensificaram-se. Bueno aceitou o convite, feito por
Louzada, para construir outro transmissor e colocar no ar, definitivamente, a Rádio
Clube. O primeiro passo foi preparar o projeto e negociar com fornecedores norteamericanos os componentes para a montagem do transmissor.
3
Jacinto Rodrigues Silva foi técnico da PRA-7 Rádio Clube durante 45 anos. Faleceu em 05 de dezembro de 2000, aos 88
anos, seis meses após nos conceder-nos uma entrevista (01 de junho de 2000, em sua residência). Toda referência a
Jacinto Rodrigues Silva apresentada neste trabalho é fruto desta entrevista.
3
Naquela manhã, o professor José da Silva Bueno vai andando pelas ruas da
cidade, com os olhos brilhantes de emoção, pela notícia que acaba de
chegar pelo telégrafo. Já chegaram os componentes importados dos EUA e
ele já pode avisar seu amigo Louzada que o processo de montagem de sua
tão sonhada emissora de rádio já pode ser iniciado. Quer sentir o prazer de
colocar cada válvula, cada peça em seu devido lugar. (NO AR..., 1982: 9).
No dia 23 de dezembro de 1924, entrou no ar a Rádio Clube, não só a primeira
emissora de rádio de Ribeirão Preto, mas a primeira emissora do interior do Estado de
São Paulo e do interior do Brasil. A Rádio Clube é, também, a terceira emissora de
rádio a operar regularmente no Estado de São Paulo e a sexta emissora do Brasil,
assegura o jornalista Wilson ROVERI (1986:23).
Demétrio Luiz Pedro Bom4
relata que a Rádio Clube de Ribeirão Preto foi
fundada por José da Silva Bueno, José Cláudio Louzada e seu irmão, Júlio Louzada e
autorizada a transmitir em 23 de dezembro de 1924 pelo Ministério da Viação e Obras
Públicas.Seu transmissor tinha 5 watts de potência.
Os estatutos do Rádio Clube foram aprovados em primeiro de janeiro de 1925,
“registrados no Registro Geral de Ribeirão Preto e publicados no Diário Oficial do
Estado em 8 de março do mesmo ano” (RADIO DE..., A Cidade, 1934). Em 10 de
novembro de 1925 o Ministério da Viação concedeu autorização para operar com um
“transmissor de 10 watts, sistema de Pekan” (RÁDIO CLUB..., O Trabalho, 1934).
Inicialmente a emissora foi instalada na loja de José Cláudio Louzada, na rua
General Osório. Em 24 de setembro de 1929 passou a transmitir dos fundos da casa de
Louzada, na Rua Marechal Deodoro, n.86 A, inaugurando um transmissor de 50 watts.
Em princípios de 1932, o senhor José da Silva Bueno, então director
technico da Rádio Hertz de Franca, attendendo gentilmente a um convite
do Sr. José Cláudio Louzada, foi a Ribeirão Preto para colaborar na
construcção de um novo transmissor, mais eficiente. Esse transmissor
trabalhou em 1932 e 1933. O senhor José da Silva Bueno deixou a
direcção technica da Rádio Hertz de Franca, e associou à firma
J.C.Louzada e Cia, dando origem à firma Louzada, Bueno e Cia. (O
ANIVERSÁRIO..., Diário da Manhã, 1937).
4
Demétrio Luiz Pedro Bom é diretor financeiro e administrativo do Sistema Clube de Comunicação e traz no
currículo doze anos de serviços prestados à PRA-7 Rádio Clube. Entrevista concedida em 30 de maio de
2000. Toda referência a Demétrio Luis Pedro Bom apresentada neste trabalho é resultado da entrevista.
4
Posteriormente, em 14 de janeiro de 1934, a Rádio Clube passou a transmitir do
“sobrado da Sociedade Legião, hoje Edifício Padre Euclides, na Rua Visconde de
Inhaúma” (ROVERI, 1986:73). Um complexo sistema de transmissão sonora foi
desenvolvido para a emissora, incluindo a instalação de duas torres com trinta metros de
altura. Uma instalada no próprio prédio da Sociedade Legião Brasileira de Cultura e
Civismo e outra na esquina das ruas Tibiriçá com General Osório, nos fundos da loja de
Louzada. O transmissor, com potencia de 500 watts, foi totalmente construído pela
“firma Louzada, Bueno e Cia” (RADIO DE..., A Cidade, 1934) e consumiu oito meses
de trabalho dos sócios, Louzada e Bueno. Com um sinal capaz de cobrir uma área
superior a 300 kilometros, a emissora passou a ser captada em dezenas de cidades,
tornando-se conhecida como “A Estação do Coração de São Paulo”.
Em pouco tempo, começaram a chegar cartas de todo o estado, através das quais
os ouvintes faziam questão de registrar a sintonia da emissora. Uma das cartas, assinada
por Carlos Coimbra, da cidade Santos, com data de 16 de janeiro de 1934, foi publicada
pelo jornal Diário da Manhã (10 jan. 1934). Em um trecho, o ouvinte escreve:
Tenho ouvido nesta cidade com grande satisfação, as irradiações dessa
“broadcasting” com apreciável volume e com a mais perfeita nitidez de
som. Apesar da onda da PRA-7 estar um verdadeiro cerco de estações
argentinas, a audição em nada fica prejudicada.
A Rádio Clube de Ribeirão Preto começou “operando como SQA-K, prefixo
mudado para PRA-I quando Bueno instalou um segundo transmissor, então um Philips
industrial” (MARANHÃO FILHO, 1998:164). A concessão do prefixo PRA-7 ocorreu
em 31 de maio de 1935, através do Decreto n. 174, do Ministério da Aviação.
Nesta época, a PRA-7 permanecia algumas horas no ar. A programação
“começava às nove horas e ia até o meio-dia. Ao meio-dia parava e fazia aquele
intervalozinho e recomeçava às cinco horas”, lembra Jacinto Rodrigues Silva.
Os comunicadores, por sua vez, tornaram-se celebridades na cidade, com
destaques para “Alceu Silveira, a voz-mais bonita de todas, Ângelo Macedo e Oswaldo
Luiz Angarano” (ROVERI, 1986:75). Aos pioneiros do rádio não foi diferente:
enquanto Bueno atuava na área técnica, mantendo a emissora no ar, pesquisando as
novidades da radiodifusão, tornando-se uma referência na área, Louzada cuidava da
5
área administrativa e comercial, transformando-se em um dos cidadãos mais respeitados
da cidade, salienta o professor Divo MARINO (1977:50):
José da Silva Bueno possuía um prestígio semelhante ao dos “coronéis” do
tempo do “Ciclo do Café”. As grandes decisões, aqui eram tomadas, no
campo do viver comunitário, depois de ouvido o “seu” Bueno da PRA-7.
Ribeirão Preto viveu então, o tempo do estrelismo radiofônico.
Ao mesmo tempo em que montava o transmissor para a Rádio Clube de Ribeirão
Preto, Bueno construía um transmissor para a Rádio Hertz, de Franca. Este fato provocou
uma discussão em relação ao pioneirismo da Rádio Clube, alimentando a hipótese de a
Rádio Hertz haver sido colocada no ar primeiro do que a Rádio Clube.
Essa polêmica é desvencilhada pelo técnico Jacinto Rodrigues da Silva, que
acompanhou e participou da instalação das duas emissoras de rádio. Ele revelou que José
da Silva Bueno instalou e colocou no ar a Rádio Clube de Ribeirão Preto e continuou
trabalhando em suas experiência com radiodifusão em Franca. “Quando dava algum
problema com equipamentos da Rádio Clube, eles levavam para Franca, para o “seo”
Bueno consertar”. Fundada por Jonas Deocleciano Ribeiro, José Pires Monteiro e José
Silva Bueno, a Rádio Hertz de Franca foi inaugurada em 8 de abril de 1927.
Em 1935, a firma Louzada, Bueno & Cia obteve do Governo Federal a autorização
para realizar experiências cientificas no campo da radiodifusão sonora e televisiva,
constituindo o Laboratório de Rádio Precisão e Pesquisas Cientificas de Louzada e Cia.,
independente da emissora de rádio. A autorização do governo inclui a transmissão em
ondas curtas e foi comunicada à imprensa através de uma carta assinada pelo próprio José
da Silva Bueno, onde não esconde a emoção de ter reconhecido, pelo governo, anos de
pesquisas desenvolvidas ao lado de José Cláudio Louzada, expressa na autorização para
constituir “o único laboratório de experiências scientificas em matéria de rádio” do país.
Essa victoria conseguida pela firma Louzada, Bueno & Cia, tem grande
significação para Ribeirão Preto. O prestigio cultural de nossa cidade será
solidificado mais uma vez, pois, os Laboratório de Rádio Precisão e
Pesquisas Scientificas de Louzada & Cia. transmitirão em ondas curtas, e
farão todas as experiências em radiotransmissão, não sendo descurada
também a televisão. (A ESTAÇÃO..., Diário da Manhã, 1935).
Três anos mais tarde, no dia 10 de maio de 1938, a Louzada, Bueno & Cia colocou
no ar a PRH-7, a primeira “estação radio-difusora” brasileira de ondas curtas. A
6
transmissão, ainda em caráter experimental, pode ser sintonizada em todo o país, conforme
atestaram “os inúmeros cartões e telegramas”. O jornal A Tarde, publicou a carta de “um
jornalista de Porto União, em Santa Catharina” que sintonizou a transmissão da PRH -7.
Através de meu Philips 342 A, de 7 válvulas, ouvi ontem, em optimas
condições, isto é, impeccavel modulação, extraordinário volume e
magnífica clareza de voz, toda a erradiação experimental da PRH-7 [...]
Seja porem, como for, o aparecimento de uma emissora brasileira, em
ondas curtas, só poderá constituir motivo de intenso jubilo para os que,
como eu, tem verdadeira admiração pelo rádio (RIBEIRÃO PRETO
DENTRO..., A Tarde, 1938).
José Cláudio Louzada e José da Silva Bueno foram, também, responsáveis pela
implantação da primeira rede de emissoras de rádio do interior. Além da PRA-7, em
Ribeirão Preto, os dois montaram a PRG-4, em Jaboticabal, a PRB-8, em São José do Rio
Preto e a ZYD-5, em Catanduva.
A união entre Louzada e Bueno foi interrompida em 6 de junho de 1938, com a
morte de José Cláudio Louzada, aos 39 anos de idade. A “mãe do rádio de Ribeirão Preto”,
como Louzada era chamado pelo jornalista Antonio Machado Sant’Anna, levou Bueno a
reestruturar os seus negócios. Ele “vendeu a Rádio de Rio Preto e depois Catanduva. O
filho Jaime dirigia a de Jaboticabal. Rubens, o mais velho, ficava ao lado do pai em
Ribeirão Preto”, acrescenta o jornalista Wilson ROVERI (1986:76).
Ainda em 1938, os estúdios da PRA-7 foram transferidos para o edifício Alzira
Maldonado, na Rua Tibiriçá, número 26, onde era a loja de Louzada. Na Sociedade Legião
ficou apenas o transmissor. No ano seguinte ele foi levado para o bairro Monte Alegre,
onde foi erguida uma antena de transmissão. Em outra ação, Bueno transformou um antigo
cassino (Cassino Eldorado, localizado à rua Américo Brasiliense com Amador Bueno) em
auditório e gravadora. “Depois que acabou o cassino, o Sr. Bueno conseguiu a locação do
prédio junto à Companhia Antártica e o transformou em um auditório. Embaixo do palco
ele fez um estúdio de gravação”, detalha o radialista Lúcio Mendes5
.
Até final de 1955 o endereço da PRA-7 foi a Rua Tibiriçá, 26. A emissora de rádio
tornou a principal atração do centro de Ribeirão Preto.
5
Lúcio Mendes é jornalista e radialista. Entrevista concedida em 14 de outubro de 1999. Toda referência a
Lúcio Mendes apresentada neste trabalho é resultado da entrevista.
7
O PALÁCIO DO RÁDIO
Superado o impacto provocado pela morte de José Cláudio Louzada, José da Silva
Bueno concentrou suas ações na PRA-7 Rádio Clube. No Centenário de Ribeirão Preto, em
26 de fevereiro de 1956, inaugurou o “Palácio do Rádio”, o primeiro prédio do país
planejado para abrigar uma emissora de rádio, como destaca Demétrio Luiz Pedro Bom:
Quando ele foi construído, era o primeiro prédio construído especificamente para
uma emissora de rádio. Todas as emissoras, inclusive as grandes emissoras de São
Paulo e Rio ocupavam áreas adaptadas para serem uma estação de rádio. O
Palácio do Rádio foi construído pra ser uma estação de rádio e receber uma
televisão futuramente com auditório e toda estrutura que você pode imaginar.
Concebido pelo arquiteto Secundino Spinola, o prédio levou quatro anos para ser
construído, de “1952 a 1956”, revela Jacinto Rodrigues Silva, que acompanhou desde a
limpeza do terreno até a inauguração. Jacinto foi responsável pela instalação elétrica e
montagem de praticamente todos os equipamentos da emissora. Edificado na Rua Barão do
Amazonas, n
o
35, esquina com a Avenida Francisco Junqueira, o “Palácio do Rádio”
abrigou em seus três andares, estúdios de gravação e apresentação de programas, discoteca,
auditório, salas para departamento artístico, jornalismo, comercial, administrativo e técnico.
No primeiro, a administração, no segundo, estúdios, técnica e fiscalização
de publicidade, assim como a direção comercial, e no superior, redação e
gravação [...] Os fios de todo o prédio eram embutidos, quilômetros e
quilômetros, as paredes, onduladas, as janelas, recheadas de material
especial para vedar o barulho de fora para dentro, mesmo que fechadas. Os
banheiros eram numerosos, quase quarenta ao todo (ROVERI, 1986: 82).
Demétrio Luiz Pedro Bom, relata que trabalhou “dez ou doze anos no Palácio do Rádio”,
e ressalta as particularidades do prédio:
Tinha um auditório com capacidade para 350 pessoas, o “Multicolorido
Auditório”, o nome era esse porque realmente era multicolorido, com luzes de
néon, sala de ensaio para piano, sala para orquestra, sala de ensaio para coral.
Havia também um estúdio “especifico para a gravação de radionovela, chamado
Estúdio Roquete Pinto, quatro estúdios para os programas de rádio, ou seja, para
jornalismo era um estúdio, para programa de música era outro estúdio, para
entretenimento outro estúdio, para comerciais era outro estúdio. Havia a
preocupação de dar uma estrutura ampla , para que todos os profissionais
pudessem trabalhar sem nenhum tipo de problema. E também havia, já previsto
pelo seu proprietário na época, seu fundador, José da Silva Bueno, o terceiro
8
pavimento, pronto para receber um canal de televisão. A altura das paredes, a
divisão da sua área de construção preparado para receber um estúdio de televisão.
O sonho dele era trazer para uma TV para a PRA-7. Ele não teve tempo para
concretizar este sonho, o que ocorreu em 1988 com a TV Clube, Canal 17,
inaugurada em maio de 1988, pelo Sistema Clube, a sucessora da PRA-7.
Com esta estrutura, a PRA-7 Rádio Clube tornou-se uma das principais referências
de rádio brasileiro, concorrendo com “as grandes emissoras, como a Rádio Tupi, Rádio
Nacional do Rio, Tupi de São Paulo” complementa Demétrio Luis Pedro Bom,
ressaltando que “a PRA-7 tinha um elenco de broadcasting fabuloso. Produzia
radionovelas, tinha orquestra própria, auditório próprio, equipe de produção própria”.
Atrações da Programação PRA-7
No início a Rádio Clube de Ribeirão Preto permanecia no ar por um curto período
de tempo, quase sempre depois do meio-dia. Não havia uma hora definida para entrar ou
sair do ar. Tudo dependia do dia e do transmissor, cuja válvula “esquentava” se
permanecesse ligado por muito tempo. A programação, experimental, incluía a execução
de músicas clássicas, sucessos das grandes orquestras, jazz e as tradicionais marchinhas
de carnaval, mesclada com o relato dos acontecimentos que envolviam a sociedade
ribeirãopretana e as principais noticias do Brasil e do mundo, é o que contam os
radialistas mais antigos, entre os quais o Jacinto Rodrigues Silva.
Desta fase, compreendida de 1924 a meados de 1933, não há registro disponível
da programação da Rádio Clube de Ribeirão Preto. Fato que vai ocorrer somente a partir
de 1934, quando os jornais passaram a publicar reportagens e colunas sobre a emissora.
O jornal A Cidade (RÁDIO CLUBE..., 1934) faz menção à programação da Rádio
Clube, quando da inauguração do novo transmissor, ocorrido em 14 de janeiro de 1934. A
base da programação era a música, dos mais diferentes estilos e apresentada ao vivo. Na
leitura da programação pode-se observar a estratégia de comercialização de espaço, de
hora-em-hora, como é utilizada hoje por muitas emissoras de freqüência modulada, com
cada hora da programação levando o nome ou o produto do patrocinador:
ÀS 14 HORAS: entrega da estação aos ouvintes, falando pela firma
Louzada, Bueno e Cia., o Sr. Antonio Constantino e outros oradores.
9
DAS 15 ÀS 16 HORAS – Programma variado, do qual participarão: jazz
simphonico, grupo regional e mais variados artistas da P.R.B.9 – Rádio
Sociedade Record de S. Paulo.
DAS 16 ÀS 16,15 HORAS – Programma Innecchi, por Xisto e Geraldo,
em creações suas (piano e canto).
DAS 16,15 ÀS 18 HORAS – programma variado.
HORA DA USINA JUNQUEIRA
Das 19 às 19,30: Jazz da P.R.A.7.
Das 19,30 às 19,45: Orchestra de Salão da P.R.A.7.
Das 19,45 às 20: Xisto, Geraldo e regional.
HORA DO RÁDIO PHILCO
Das 20 às 21: Programma variado pelos artistas da Record.
HORA DA EMPREZA FORÇA E LUZ
Das 21 às 21,15: Solo de violino e piano pela Sra.Adalgisa de Campos
Silveira e srta Clothilde B. da Costa.
Das 21,15 às 21,30: Orchestra Typica da P.R.A.7.
Das 21,30 às 21,45: Na Mocidade de Minha Avó.
Das 21,45 às 22: Jazz da P.R.A.7.
HORA ANTARCTICA
Das 22 às 23 : Quinteto Max, solos de violino pelo Sr. Francisco de
Biase, canto pela srta. Mary Cecconi, solos de piano pelas srtas Diva e
Olga Tarlá, solo de flauta pelo sr. Luiz Spanó.
HORA DO RÁDIO PHILIPS
Das 23 às 23,15: Quarto de hora “Pernóstico”.
Das 23,15 às 23,30: Duo Miranda – solo de violino e piano.
Das 23,30 às 23,45: Canto e violão pelo Sr. Mário Rossi.
Das 23,45 às 24: Programma variado.
Das 24, em diante: Músicas de dansa.
Ainda em 1934, a Rádio Clube incorporou à sua programação a transmissão de
futebol. No dia 23 de março transmitiu em “cadeia” com a Rádio Record de São Paulo a
partida Vasco da Gama e São Paulo, pelo torneio Rio-São Paulo (DIÁRIO DA MANHÃ,
1934). A primeira equipe esportiva da PRA-7 foi estruturada em 1937.
A radiofonização de textos fez aumentar a audiência e o prestígio da Rádio Clube.
Pesquisa realizada pelo professor Luiz MARANHÃO FILHO (1998:164) aponta o
pioneirismo “na radiofonização da primeira novela a figurar na programação da PRA-7”,
enquanto outras emissoras apenas reproduziam textos literários no ar.
Coube a Sebastião Porto utilizar a consagrada revista “Detetive”, de
circulação nacional, para adaptar “Taifú, O Diabo Amarelo” em capítulos.
A experiência o animou a ousar mais. Ouvindo emissoras da capital onde
os locutores liam obras literárias ao microfone, utilizando o recurso de
dramatizar apenas os diálogos contidos no texto, Porto se arriscou a
adaptar, como teatro radiofônico, o clássico de Afonso Taunay
“Inocência”. E fez sucesso.
10
Foi em 1935 que o jornalista Sebastião Porto implantou o rádio-teatro na
programação da PRA-7, aponta o jornalista e radialista Wilson Roveri6
, explicando que as
“peças de rádio teatro eram transmitidas às quartas e domingos, à noite”. O sucesso foi
tão grande que a partir de 1937 o rádio-teatro passou a ser apresentado todas as noites,
transformando-se no gênero preferido do público feminino durante a década de 40.
Com a inauguração do Palácio do Rádio, em 1956, a PRA-7 transformou-se em
uma máquina de criar sonhos. Os novos estúdios ofereciam todos os recursos necessários
para a produção dos textos de rádio-teatro e radionovelas. Artistas locais foram
incorporados ao elenco e treinados, juntamente com novos atores que chegavam à cidade
em busca de uma oportunidade, entre os quais Moacir Franco e Rogério Cardoso.
Entre os novos autores, destaque para o jovem Rubens Francisco Lucchetti, que
fazia sua estréia no rádio em 1957. Com muito talento, Lucchetti foi ocupando as noites
de domingo da PRA-7 com o “Grande Teatro de Aventuras”, que ia ao ar a partir das 22
horas”. Quem conta é o próprio Lucchetti7
, criador de “O Escorpião Escarlate”, série que
fez frente ao “Anjo”, consagrada série da Rádio Nacional transmitida no mesmo dia e
horário. Do rádio, Lucchetti migrou para o cinema, sendo um dos fundadores em 1962, do
Centro Experimental de Cinema de Ribeirão Preto. Rubens Lucchetti é o roteirista dos
principais filmes de Ivan Cardoso e José Mogica Marins, o Zé do Caixão.
O jornalismo começou a ganhar destaque na programação da PRA-7 em 1936,
quando o jornalista Sebastião Porto implantou um noticiário diário, às 7 da manhã, com
duração de cinco minutos. Em 1945, Sebastião Porto e o radialista Fuad Cassis criaram a
“Rotativa Sonora”, o mais influente jornal da história do rádio ribeirãopretano.
A Rotativa ia ao ar às 11 e meia: abria com as manchetes, entrando depois
um Destaque do Dia, de Sebastião Porto e as noticias até às 12 horas. Ao
meio-dia, um comentário escrito por Sebastião Fernandes Palma, Paulo
Barra ou Onésio da Mota Cortez, Idéias e Fatos. E para encerrar, a
Reportagem do Dia (ROVERI, 1986: 81).
Em depoimento ao professor Luiz MARANHÃO FILHO (1998: 90) o radialista
Sebastião Porto, considera a PRA-7 a primeira emissora a utilizar “uma maleta de
modulação de som, utilizando uma LP – Linha Privada, obtida nas centrais telefônicas
6
Wilson Roveri é jornalista, radialista e escritor. Entrevista concedida em 20 de setembro de 1999.
7
Rubens Francisco Lucchetti é escritor e roteirista de cinema Entrevista concedida em 8 de agosto de 2001.
11
para as primeiras transmissões externas” e garante ser o responsável pela primeira
gravação externa do rádio interiorano.
Sebastião Porto assegura que fez a primeira gravação externa, utilizando
os rudimentares gravadores de fio de aço inoxidável, no dia 27 de março
de 1949, no aeroporto de Ribeirão Preto, quando da passagem do
governador Adhemar de Barros, a quem foi cobrada a instalação de uma
universidade estadual na cidade. O sucesso da emissão foi tão grande que
a emissora passou a utilizar, como chamariz para os seus ouvintes, as
matérias anunciadas como “o fio que fala”.
De 1935 a 1940 passaram pelos microfones da PRA-7 os principais cantores e
conjuntos musicais do país, entre os quais Chiquinha Rodrigues, Orlando Silva, Carmem
Miranda. Aurora Miranda, Carlos Galhardo, Silvio Caldas, Dircinha e Linda Batista.
Os programas de auditório fizeram sucesso no final dos anos 40, transmitidos ao
vivo do auditório da PRA-7, na Américo Brasiliense com Amador Bueno.
Na década de 50 o ponto de referência dos artistas em Ribeirão Preto passou a ser
o Palácio do Rádio. Um dos astros da época, o radialista Pedro Evaristo Schiavon, o Porto
Alegre8
, confessa ser um privilegiado por ter inaugurado no dia 28 de janeiro de 1956,
como animador, o multicolorido auditório da PRA-7. “Auditório, que se tornaria famoso,
por receber os principais artistas populares do Brasil”.
Mas nenhum programa fez tanto sucesso na PRA-7 como o Centro de Debates
Culturais, que na opinião do radialista Lúcio Mendes foi o “maior programa cultural já
feito no rádio brasileiro”. O jornalista e radialista Wilson Roveri9
o define como o
programa de maior prestígio do rádio de Ribeirão Preto:
Era uma reunião...que acontecia duas ou três vezes por mês, dirigido por
uma equipe que não tinha nada com a rádio. Um dos presidentes foi
Sebastião Fernandes Palma. A direção do Centro convidava um
especialista em determinado assunto ou autoridade e vários outros
convidados para debater com ele .
O “Centro de Debates Culturais” estreou em 1946, passando a ocupar as noites de
segunda-feira. Pelo programa, que saiu do ar em 1955, passaram nomes como Carlos
Lacerda, Jânio Quadros, Ulisses Guimarães, além dos principais intelectuais, políticos,
artistas e representantes dos diferentes segmentos da sociedade ribeirão-pretana.
8
Pedro Evaristo Schiavon é jornalista, radialista e escritor. Entrevista concedida em 18 de setembro de 1999.
9Wilson Roveri é jornalista, radialista e escritor. Entrevista concedida em 20 de setembro de 1999.
12
Nomes como o Rogério Cardoso, Lima Duarte, Moacir Franco, Maria Augusta
Barbosa de Matos (a Guta, da Rede Globo) passaram pela PRA-7, que chegou a contar
com 128 funcionários. A eficiência do sistema de inserção comercial da PRA-7,
implantado e dirigido por Guta, levou a Agência Lintas, representando a Gessy-Lever, a
enviar José Bonifácio Sobrinho, o Boni, para um estágio de várias semanas na emissora,
revela Pedro Evaristo Schiavon, o Porto Alegre. Foi a iniciação de Boni no meio de
comunicação eletrônico. Outros nomes, consagrados no rádio e tv, também passaram
pelos microfones da Rádio Clube, entre os quais Luiz Aguiar (Ex-Rádio Bandeirantes,
hoje com programa na Rede Vida), Heraldo Pereira (Repórter e apresentador da Rede
Globo) e Paulinho Boa Pessoa (Rádio Record e Rede Família de Televisão).
A crise e o sucesso
Com a chegada dos anos 60, como as demais emissoras de rádio, a PRA-7 levou
desvantagem na concorrência com a televisão. Em 1962, com problemas de saúde, que
o impossibilitava trabalhar com a mesma desenvoltura, José da Silva Bueno vendeu a
PRA-7 para a Cruzada Mundial Evangélica, grupo religioso evangélico dos Estados
Unidos. Sobre esta fase da PRA-7, Demétrio Luiz Pedro Bom destaca o controle total
da programação emissora pelos pastores e o fracasso de um modo de fazer rádio:
Eles não obtiveram o sucesso comercial, o sucesso de audiência
esperado. Ao longo do tempo a emissora foi naufragando em prejuízos,
prejuízos e prejuízos. Foi delapidando, de certa forma, sua parte técnica.
Não foi renovando a sua estrutura técnica. E em 1966, Ticiano Mazzeto,
então empresário de sucesso em Ribeirão Preto assumiu a PRA-7. E se
isso não ocorresse a emissora estaria fadada à falência.
O empresário Ticiano Mazzeto assumiu o controle acionário da emissora em
primeiro de janeiro de 1967, ao lado de seus irmãos Júlio Mazzeto e Virgilio Mazzeto
e implementou um programa que visava sua recuperação técnica, artística e financeira.
Em 1972 foi a vez de mudar a identificação da emissora, com a supressão do prefixo
PRA-7 e a adoção do prefixo ZYR 50. Era o início o trabalho de construção da marca
Clube, dissociada de PRA-7, como descreveu Ticiano Mazzeto:
13
Ela sempre foi Rádio Clube, mudou só o prefixo. A diferença é que a
Rádio aumentou sua potência, melhorou seu equipamento. Quando
assumi a Rádio Clube, ela estava em situação difícil não só em termos
de audiência, como também financeira. Aliás, foi por causa disso que
ela veio parar em minhas mãos. De 67 a 72 procedemos a uma
recuperação financeira e, ao mesmo tempo, contratamos os melhores
nomes, os grandes valores do Rádio de Ribeirão Preto (O DIÁRIO DE
NOTICIAS, 198: 5).
Em 1976, Ticiano Mazzeto colocou no ar a Clube FM, a primeira emissora FM
da cidade e três anos depois, em 1979, vendeu as duas emissoras para os irmãos José
Inácio Gennari Pizani e Paulo de Tarso Gennari Pizani, que em sociedade com
Demétrio Luiz Pedro Bom (1980) e José Roberto Vilela (1982) constituíram o Sistema
Clube de Comunicação.
Em 1985, em conseqüência de uma sociedade com a família do empresário
Garcia Neto, tendo à frente Fábio Teixeira Cardoso, mais uma emissora passou a fazer
parte do Sistema Clube: a Rádio Cultura FM. Um ano depois, em 1986, a Cultura FM
passou a integrar o patrimônio do Sistema Clube de Comunicação, após os seus sócios
adquirirem as cotas pertencentes à família Garcia. No ano seguinte, a Cultura FM
passou a denominar-se FM Cidade, para posteriormente chamar-se Melody FM.
Ainda em 1987, os empresários do Sistema Clube obtiveram a concessão de
um canal de televisão. Em maio de 1988, entrou no ar a TV Clube, inicialmente
retransmitindo a programação da TV Manchete, para depois filiar-se à Rede
Bandeirantes de Televisão. Com a televisão surgiu o SCC Vídeo, produtora de
comerciais, vídeos e programas para televisão e a SCC Geração, empresa
especializada em gerar eventos esportivos para as principais redes de televisão do
país. Em 1998, mais duas emissoras de rádio foram adquiridas e passaram a integrar
o Sistema Clube: Rádio Clube AM e Rádio Clube FM de São Carlos.
Investindo em tecnologia, marketing e mantendo um quadro de profissionais
qualificados, o Sistema Clube de Comunicação10 consolida-se como um dos mais
10 À frente da diretoria do Sistema Clube de Comunicação está o Sr. José Inácio Pizani, que também exerce o cargo de
Presidente da Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (AESP). São emissoras do Sistema
Clube de Comunicação: Rádio Clube AM - ZYK 639 - 660 kHz, 10.000 watts; Rádio Clube OC - ZYE 955 - 15.415 kHz,
19M, 1.000 watts; Rádio Clube FM.- ZYD 812 - Canal 263, 100,5 MHz, 30.000 watts; Rádio Melody FM - ZYD 904 -
Canal 231, 94,1 MHz, 10.000 watts; Rádio Clube FM - 104,7 MHz - São Carlos; Rádio Clube AM - 1.400 kHz - São
Carlos e TV Clube - ZYB 868 - afiliada à Rede Bandeirantes.
14
importantes complexos de radiodifusão do Estado de São Paulo. As emissoras de
rádio do Sistema Clube operam com metas previamente estabelecidas, de produzir,
comercializar e transmitir com qualidade, no conceito de rádio-business.
Assim, na iminência de completar 80 anos, o Sistema Clube mantêm vivo o ideal de
José Cláudio Louzada e José da Silva Bueno, expressa na determinação de seus
profissionais e diretores em fazer o melhor rádio para Ribeirão Preto. Não por acaso, a
Rádio Clube exerce liderança absoluta na cidade de Ribeirão Preto, no segmento AM
e FM, na aferição de todas as pesquisas de Audiência.
Referências Bibliográficas
ROVERI, Wilson. Rádio bom demais. Ribeirão Preto: [s.n.], 1986.
MARINO, Divo. O populismo radiofônico em Ribeirão Preto. 3. ed. Ribeirão Preto, SP: [s.n.],
1977.
MARANHÃO FILHO, Luiz. São Paulo - o rádio de idéias. Tese (Doutorado em Ciências da
Comunicação)- Escola de Comunicação e Artes - ECA, Universidade de São Paulo, São Paulo,
1998. 172 f.
A VOZ de Ribeirão. Diário da Manhã, Ribeirão Preto, 10 jan. 1934.
A ESTAÇÃO do coração de São Paulo PRA-7. Ribeirão Preto, vae irradiar em ondas curtas. Diário
da Manhã, Ribeirão Preto, 20 jun. 1935.
NO AR a história do rádio. Jornal A Cidade , Ribeirão Preto, 13 jul.1982, p.9.
O ANIVERSÁRIO da PRA-7. Diário da Manhã, Ribeirão Preto, 23 dez. 1937.
RADIO DE Ribeirão Preto. A Cidade , Ribeirão Preto, 8 jan. 1934.
RÁDIO CLUBE de Ribeirão Preto. A Cidade , Ribeirão Preto, 14 jan. 1934.
RÁDIO CLUB de Ribeirão Preto - PRA-7. O Trabalho, São Simão, 14 jan. 1934.
RIBEIRÃO PRETO DENTRO em breve terá uma estação radiodifusora de Ondas Curtas. A Tarde ,
Ribeirão Preto, 18 abr. 1938.
DIÁRIO DA MANHÃ, 24 mar.1934.
O DIÁRIO DE NOTICIAS. Ribeirão Preto, 27 jun.1981. p. 5.
15
Arquivos Consultados
Arquivo Histórico, Ribeirão Preto/SP.
Arquivo pessoal do autor, Ribeirão Preto/SP.
Arquivo do Projeto Memória do Rádio de Ribeirão Preto, Curso de Comunicação Social da
UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto/SP.
Museu da Imagem e do Som, Ribeirão Preto/SP.
Entrevistas
DEMÉTRIO LUIZ PEDRO BOM. Diretor financeiro e administrativo do Sistema Clube de
Comunicação. Entrevista concedida em 30 de maio de 2000.
PEDRO EVARISTO SCHIAVON. Jornalista e radialista conhecido como “Porto Alegre”.
Entrevista concedida em 18 de setembro de 1999.
JACINTO RODRIGUES SILVA. Foi técnico da Rádio Clube durante 45 anos. Faleceu em 05 de
dezembro de 2000, aos 88 anos. Entrevista concedida em 01 de junho de 2000.
WILSON ROVERI. Jornalista, radialista e escritor. Entrevista concedida em 20 de setembro de
1999.
RUBENS LUCCHETTI. Escritor e roteirista. Entrevista concedida em 8 de agosto de 2001.
LÚCIO MENDES. Jornalista e radialista. Entrevista concedida em 14 de outubro de 1999.
quinta-feira, 28 de abril de 2022
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sábado, 12 de março de 2022
quinta-feira, 3 de março de 2022
sábado, 5 de fevereiro de 2022
Selic sobe para 10,75% a.a. e o impacto no mercado imobiliário.
O COPOM - Comitê de Politica Monetária do Banco Central, acabou de elevar a SELIC, que é a taxa básica de juros da nossa economia em 1,5%, levando a taxa que era de 9,25% ao ano para 10,75% ao ano. Esse é o maior valor da SELIC desde maio de 2017.
Como vender mais imóveis se eu não tenho uma grande verba de marketing?
Esse aumento, embora esteja alinhado com o previsto pelo próprio COPOM na última reunião, é sempre alarmante por suas causas e neste caso, estamos falando - DE NOVO - dela: a inflação!
Lembrando que quando falamos de inflação temos que considerar tanto os fatores globais, aumento persistente das commodities, expectativas de preços, excesso de liquidez, enfim… fatores que a gente não tem um controle direto, quanto também os fatores internos, domésticos, como questões fiscais e caminhos escolhidos pelos nossos próprios governos.
E isso impacta diretamente o mercado imobiliário, conforme explica Bruno Lessa, diretor do Portal VGV e fundador do canal Antes das Chaves: “O setor imobiliário é muito dependente de crédito, tanto na parte produtiva quanto principalmente na parte compradora… E como a SELIC está ligada ao custo de crédito, digamos assim, sempre que a taxa sobe o custo do crédito fica mais alto, e isso pode motivar os bancos a corrigirem suas taxas praticadas para o consumidor final, conforme vimos acontecer algumas vezes recentemente. Claro que esse movimento ele não é imediato, automático, porém os bancos vão avaliando muitos fatores para compor a sua taxa de juros para o consumidor final, como o custo do crédito, potencial de inadimplência, lucratividade, dentre outros fatores”, afirmou.
Em resumo, com o crédito custando do mais alto, as taxas de juros para financiamento imobiliário também podem ficar mais altas. E com taxas de juros mais altas, o financiamento fica acessível a uma parcela menor da população e consequentemente podemos ver uma desaceleração no avanço da venda de imóveis. “Não necessariamente vou dizer que a venda vai parar ou reduzir, afinal estamos diante de uma grande demanda imobiliária, mas certamente veremos no mínimo uma expansão em ritmo muito menor do que temos visto nos últimos tempos”, acredita Lessa.
A expectativa para a próxima reunião do COPOM continua alta, muito embora o comitê tenha sinalizado na sua ata que o ritmo de alta deve ser menor. Enquanto a inflação persistir, esse remédio amargo deverá ser ministrado. Há quem diga, inclusive, que podemos atingir um patamar na casa de 11 a 12%. Aqui no Portal VGV seguiremos acompanhando e trazendo novidades para você.
FONTE: PORTAL VGV.COM.BR
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